Os destaques sobre os preços dos combustíveis na semana de 9 a 15 de fevereiro:
Os valores do etanol aumentaram em 17 estados e no Distrito Federal e os da gasolina subiram em 16 unidades da federação
O consumo do biocombustível é tido como economicamente vantajoso em cinco estados
O preço do etanol hidratado subiu nas usinas paulistas, mato-grossenses e goianas
Levantamento de preços da ANP foi realizado em 362 cidades brasileiras, uma a menos do que no período anterior
Entre os dias 9 e 15 de fevereiro, os preços dos combustíveis seguiram em alta na média nacional. O valor cobrado pelo renovável cresceu 0,5%, de R$ 4,37 por litro para R$ 4,39/L, e o de seu concorrente fóssil saiu de R$ 6,35/L para R$ 6,37/L, alta de 0,3%.
Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos – desta forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.
Mesmo com as elevações, o preço do renovável se manteve dentro da faixa considerada economicamente favorável para o consumidor, ainda que cada vez mais próximo do limite. Conforme a ANP, a relação entre o valor do etanol e o da gasolina foi de 68,9% na média nacional, acima dos 68,8% do período anterior.
Nas médias estaduais, por sua vez, o biocombustível é considerado competitivo em cinco estados.
De 10 a 14 de fevereiro, o hidratado foi vendido pelas usinas de São Paulo a R$ 2,8541/L, alta de 0,7% frente aos R$ 2,8337/L do período anterior. Já as usinas goianas tiveram uma ampliação de 0,7% e as mato-grossenses registraram aumento de 0,5%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa da ANP foi feita em 362 cidades, uma a menos do que na semana anterior.
De acordo com a ANP, de 9 a 15 de fevereiro, os preços médios do etanol subiram em 17 estados e no Distrito Federal, caíram em oito e ficaram estáveis em Pernambuco. Já os da gasolina tiveram alta em 16 unidades da federação, diminuíram em dez e se mantiveram em Minas Gerais.
Em São Paulo, o valor médio do biocombustível subiu 0,2%, para R$ 4,19/L, o menor dentre todos os estados. A gasolina também ampliou 0,3%, sendo vendida a R$ 6,19/L. Assim, a relação entre os preços ficou em 67,7%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.
Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,61/L, com queda de 1,1%. Enquanto isso, a gasolina baixou 0,2% na semana, para R$ 6,43/L. Desta forma, a relação entre os preços dos combustíveis foi de 71,7%, sem vantagem econômica para o consumo do renovável.
Por sua vez, Minas Gerais registrou queda de 0,2% no preço do etanol, que foi negociado a R$ 4,44/L; já a gasolina estabilizou em R$ 6,24/L. Nesse caso, o renovável custou o equivalente a 71,2% do preço do combustível fóssil, em um nível economicamente desfavorável.
Em Mato Grosso, o valor médio do etanol aumentou 1,7%, para R$ 4,27/L, enquanto a gasolina subiu 0,8%, para R$ 6,39/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 66,8%, considerada a mais competitiva do país.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol subiu 1%, para R$ 4,11/L, e a gasolina aumentou 0,3%, para R$ 6,15/L. Assim, o valor do biocombustível correspondeu a 66,8% do preço de seu concorrente fóssil, também alcançando a relação mais comercialmente favorável do país para o renovável.
Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 68,7% do preço da gasolina, um patamar considerado vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol ampliou em 1,5%, para R$ 4,59/L, e a gasolina subiu 2,6%, para R$ 6,68/L.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma inicial previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.
Entretanto, o alcance do estudo foi reduzido a partir de julho de 2024 devido a cortes no orçamento da ANP. Com isso, a abrangência máxima passou a ser de 358 cidades.
Apesar disso, o levantamento mais recente totalizou 362 municípios, superando esse limite.
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana