Os destaques sobre o preço dos combustíveis na semana de 26 de fevereiro a 4 de março:
Os valores do etanol subiram em 20 estados e os da gasolina em 26 unidades da federação
O consumo do biocombustível é considerado economicamente vantajoso somente em Mato Grosso
O preço do etanol hidratado teve aumento nas usinas mato-grossenses, goianas e paulistas
Levantamento de preços da ANP foi realizado em 378 cidades brasileiras, 15 a mais do que na semana anterior
Os preços dos combustíveis do ciclo Otto tiveram aumentos relevantes na média nacional dos postos brasileiros mesmo com a redução da gasolina nas refinarias da Petrobras. O principal motivo é a reoneração dos combustíveis, determinada pelo governo federal a partir da última quarta-feira, 1º.
Entre 26 de fevereiro e 4 de março, o valor médio do etanol aumentou 2,4%, de R$ 3,79 por litro para R$ 3,88/L. A gasolina, por sua vez, registrou uma alta de 3,3%, indo de R$ 5,08/L para R$ 5,25/L.
Os números foram divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e correspondem a um levantamento feito em 378 cidades, incluindo a maioria das capitais brasileiras.
Com isso, o etanol segue em desvantagem comercial. De acordo com a ANP, a relação entre o preço do renovável e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 73,9% na média nacional, pouco abaixo dos 74,6% de uma semana antes. Ainda assim, o índice supera o limite considerado economicamente vantajoso para o biocombustível, de 70%.
Nas médias estaduais, o etanol segue competitivo somente em Mato Grosso.
Nas usinas paulistas, o hidratado saiu de R$ 2,7126/L para R$ 2,7548/L. O aumento foi de 1,6%, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Além disso, houve incremento de 0,6% nas produtoras goianas e de 0,9% nas mato-grossenses.
Com a troca da empresa terceirizada responsável pelo levantamento da ANP, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa foi feita em 378 cidades, 15 a mais do que uma semana antes, comprometendo a avaliação mais precisa.
Segundo a ANP, de 26 de fevereiro a 4 de março, os preços do etanol subiram em 19 estados e no Distrito Federal, caíram em três, ficaram estáveis em três e não foram divulgados em um. Já os da gasolina tiveram alta em 26 unidades da federação e queda em uma.
Em São Paulo, o biocombustível teve uma alta de 1,9%, custando R$ 3,76/L, em média. Já a gasolina foi vendida a R$ 5,08/L, incremento de 2,6%. Com isso, a relação entre os preços ficou em 74%, um resultado que não é economicamente favorável ao renovável, mas que está abaixo do observado uma semana antes.
Já em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,07/L na média, alta semanal de 7,1%. A gasolina também subiu 9,4%, para R$ 5,48/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 74,3%, desfavorável ao etanol, mas inferior aos 75,8% do período anterior.
Por sua vez, Minas Gerais registrou uma elevação no preço médio do etanol de 1,9%, para R$ 3,83/L, enquanto a gasolina subiu 3%, sendo vendida por R$ 5,12/L, em média. Desta forma, o renovável custou o equivalente a 74,8% do preço do combustível fóssil, com o etanol ainda sem competitividade.
Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve aumento de 0,6%, indo a R$ 3,3/L – o menor valor entre todos os estados. No período, a gasolina subiu 1,4%, para R$ 5,05/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 65,3%; o resultado está abaixo de uma semana antes, quando o valor era de 65,9%, mantendo a relação vantajosa para o biocombustível.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol teve elevação de 1,3%, para R$ 3,88/L. A gasolina, por sua vez, aumentou 4,5%, para R$ 5,07/L. Assim, o valor biocombustível correspondeu a 76,5% do preço de seu concorrente fóssil, em um índice abaixo do observado uma semana antes, mas ainda a mais alta relação dentre os seis principais estados produtores de etanol do país.
Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 76,3% do preço da gasolina. No período, o renovável teve incremento de 1,2%, para R$ 4,08/L, e a gasolina passou por uma elevação de 2,7% estabilidade em R$ 5,35/L.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
No ano passado, os dados estaduais de preços dos combustíveis referentes à semana de 18 a 24 de setembro não foram divulgados pela ANP e, portanto, não puderam ser comparados. Isso ocorreu, conforme a agência, por conta do fim do contrato com a empresa que realizava o levantamento de preços de combustíveis, em 13 de setembro.
Nas semanas de 25 de setembro a 1º de outubro e de 2 a 8 de outubro, foram divulgados números apenas das capitais brasileiras. Nas semanas subsequentes, outras cidades passaram a elencar a pesquisa, sendo que o levantamento mais recente totalizou 378 municípios.
Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro e o cronograma prevê um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril deste ano.
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana